65º Festival Folclórico do Amazonas: conheça os bois-bumbás da categoria Ouro da Master B
Entre os mais de 75 grupos que se apresentam no 65º Festival Folclórico do Amazonas este ano, estão seis grupos de bois-bumbás que disputam na categoria Ouro A e B. Na Master B, os bumbás Clamor de um Povo, Tira Prosa e Brilhante entram na arena nesta sexta-feira (28/07), a partir das 20h no sambódromo.
Os bois-bumbás de Manaus vão apresentar itens como Apresentador, Levantador de Toadas, Sinhazinha da Fazenda, Rainha do Folclore, Porta Estandarte, Cunhã-Poranga, Tribo Indígena Coreografada, Lenda, Batucada/Marujada/Ritmada/Tamurada, Amo do Boi, Evolução do Boi, Auto do Boi, Toada, Alegoria, Pajé e Ritual.
Como estipulado pelo regulamento do festival, o boi campeão da Master B, disputará a Master A em 2024. Neste ano, o corpo de jurados é composto por seis integrantes incluindo teatrólogos, antropólogos, musicistas e historiadores.
Conheça os bois
Tira Prosa
O bumbá Tira Prosa foi fundado no dia 13 de maio de 1945, pelos senhores Francisco Santiago de Oliveira (“Tutu”), José Ribamar Ferreira (“Zeca Pepira”), Raimundo Ferreira de Oliveira e Alberto Ferreira Martino (“Mestre Alberto Orelhinha”).
O curral do boi foi armado na Avenida Leopoldo Peres, em frente à Delegacia de Polícia, no “Imboca”, sendo transferido no ano seguinte para o campinho da Igreja de Santa Luzia. A partir de 1950, o bumbá passou a ser comandado pelos irmãos Rock e Lucilo Mesquita. Em 1962, o comando passou para Raimundo Guanabara, em 1966, para Lauro Chibé, e, a partir de 1968, para Antônio Barroso.
No primeiro ano em que desfilou no carnaval em Manaus, em 1976, ainda como bloco de embalo, o atual GRES Andanças de Ciganos, da Cachoeirinha, utilizou a batucada do bumbá Tira Prosa como bateria, mostrando que a colaboração entre grupos folclóricos não era uma exceção, mas a regra.
O bumbá Tira Prosa continua ativo até hoje. Seu responsável é o microempresário Ronaldo Matos, que faz o papel de Mãe Catirina na brincadeira.
Brilhante
Criado em 1982 no bairro da Praça 14 de Janeiro, o nome “Brilhante” foi decidido por sorteio. A agremiação foi legalizada perante as autoridades competentes e órgãos culturais e turísticos. A inscrição foi feita na Associação de Grupos Folclóricos do Amazonas, no dia 23 de março do mesmo ano.
A partir daí, começaram os preparativos para a apresentação do boi no Festival de Manaus. O boi de pano foi confeccionado com a colaboração de toda a comunidade. A estreia do Brilhante no Boi Manaus foi em 1999.
Em 2006, o boi passou de touro branco malhado para touro marrom, na tentativa de diferenciar o boi do rival Corre Campo, que é branco. Segundo os dirigentes do Boi, a mudança foi um sucesso e muito bem aceita pela comunidade.
O fundador do Brilhante ainda é hoje o presidente da agremiação, Sr. Vilson Santos Costa (Coca). A atual sede do boi está localizada na zona Leste, no bairro São José.
Clamor de Um Povo
O bumbá foi fundado por Domingas Matos em 1996, originalmente como um grupo de dança que se apresentava em arraiais e festivais na cidade de Manaus. Em meados de 2001, o grupo tornou-se tribo e em 2015 ocorreu a última transição para boi-bumbá.
O touro branco possui um cocar na testa e foi escolhido pelos integrantes do grupo folclórico para fazer referência à transição de tribo para boi-bumbá.
Atualmente, o boi conta com mais de 200 integrantes e é presidido pelo filho de Domingas, Wallace Wando, e sua esposa, Alessandra Oliveira.
A presidente Alessandra reforçou a importância de levar o legado da sogra e fundadora do boi que morreu em 2011.
“A gente vem carregando esse legado até hoje. Outros que passaram também da família já não fazem mais parte, mas a nossa família tenta manter isso vivo. Uma história que começou lá atrás pequenininha e hoje já essa explosão. E acaba sendo a nossa segunda casa, nossa segunda família. A gente está sempre buscando o melhor, tanto para gente quanto para pessoas que nos acompanham” disse a presidente.
FOTOS: Arthur Castro / Secom