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Em confronto com Bolsonaro, Marcelo Ramos perde vice-presidência da Câmara

O deputado federal Marcelo Ramos (PSD-AM), que faz oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL), foi destituído do cargo de vice-presidente da Câmara dos Deputados nesta segunda-feira (23/5). Cabe agora ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), aliado de Bolsonaro, iniciar os preparativos em torno de uma nova eleição para escolher o nome do número 2 no comando da Câmara.

Em sua página no Twitter, o deputado amazonense, que é aliado do governador bolsonarista Wilson Lima (UB), disse que o cargo de vice-presidente não valia a omissão ante ao ataque do Governo Bolsonaro às indústrias da Zona Franca de Manaus. “A vice-presidência da Câmara não vale minha omissão aos ataques do governo federal a ZFM, que atingem os empregos dos amazonenses, as escolas dos amazonenses, os hospitais dos amazonenses, a Universidade do Estado do Amazonas, os recursos destinados ao interior do Amazonas. Alguns achavam que me chantageavam quando sugeriram meu silêncio nas críticas ao presidente e na defesa do Amazonas para que não me retirassem da vice-presidência da Câmara em um gesto ilegal, arbitrário e antidemocrático. Não me conhecem!”, escreveu Marcelo.

Marcelo Ramos disse que respeita a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes que julgou recurso impetrado pelo parlamentar. Em decisão, Moraes salientou que não caberia ao STF julgar definição de cargos da Mesa Diretora da Câmara. “Alguns achavam que me chantageavam quando sugeriram meu silêncio nas críticas ao presidente e na defesa do Amazonas para que não me retirassem da vice-presidência da Câmara em um gesto ilegal, arbitrário e antidemocrático. Não me conhecem!”.

O deputado atribuiu ao presidente Jair Bolsonaro à destituição do cargo. “Pressão do PL, não. Pressão do Presidente da República que deu uma ordem ao Presidente da Câmara por uma live. Fui eleito pelo voto de 396 deputados e deputadas e destituído por 1 e atendendo a uma ordem do Presidente da República”, escreveu no Twitter.

Ramos deixou o PL, seu antigo partido, depois que Bolsonaro entrou para a legenda com o objetivo de se candidatar à reeleição. Na época, Ramos chegou a fazer um acordo com o presidente da legenda, Valdemar da Costa Neto, para que o partido não reclamasse a vaga. Esse acordo, diante da destituição, acabou não sendo cumprido.

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