Povos indígenas de São Gabriel da Cachoeira recebem oficinas para fortalecer empreendedorismo
Cerca de 100 artesãos e produtores indígenas de diversos povos do Alto Rio Negro participaram, de 1 a 4 de julho, do segundo Encontro Geral de Produtores Indígenas do Alto Rio Negro, realizado em São Gabriel da Cachoeira (a 859 quilômetros de Manaus), com objetivo de fortalecer a cadeia do artesanato local.
O evento foi uma iniciativa da Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro – FOIRN, coordenado pela Wariró – Casa de Produtos Indígenas do Rio Negro. A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) foi convidada a ser parceira, considerando o planejamento de oficina de empreendedorismo destinada às três organizações do Rio Negro selecionadas entre as dez primeiras na Chamada “Parentas que Fazem”.
O “Parentas que Fazem” é executado pela Fundação Amazônia Sustentável (FAS), com apoio do Google.org, instituição filantrópica do Google, e em parceria com a Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) e Rede de Mulheres Indígenas do Amazonas (Makira-E’ta).
Em São Gabriel da Cachoeira, aconteceram debates sobre as ações da “Wariró”, que comercializa as peças produzidas por mulheres indígenas no município e, através das vendas on-line, alcançam grandes lojas no Brasil e no exterior. Também foram abordados temas voltados para o Turismo de Base Comunitária, Meliponicultoras (atividade de criação de abelhas sem ferrão), Casa de Frutas, entre outros.
“Estamos realizando a segunda fase do projeto ‘Parentas que Fazem’. Essa fase é direcionada para as organizações que foram selecionadas para receber formação. Em São Gabriel da Cachoeira, temos três organizações que foram contempladas com formações. Mas, por meio da parceria com a Foirn, conseguimos reunir cinco regionais que são do baixo, médio e alto Rio Negro”, explica Rosa.
As organizações que receberam a formação no âmbito do projeto Parentas que Fazem foram a Organização Indígena da Bacio do Içana-OIBI e o Departamento de Mulheres Indígenas do Rio Negro, representando as mulheres indígenas Hupdah e Hupdeh e mulheres indígenas do Médio Rio negro.
“Graças ao projeto, estamos conseguindo reformar a sede da nossa organização e ao mesmo tempo recebendo oficinas e consultorias financeira e sobre marketing digital e fotografia. Além disso, um dos nossos objetivos em participar do projeto era participar de exposições nacionais. Isso já está acontecendo, graças ao projeto. Então para nós é uma oportunidade e muito gratificante”, relata Maria Nazaré Castilho de Lima, presidente da Associação dos Artesãos Indígenas (ASSAI).
O projeto “Parentas que Fazem” é uma iniciativa de empreendedorismo e empoderamento que visa fortalecer uma rede com cinco associações de mulheres indígenas do Amazonas, que atuam com artesanato e outros produtos para gerar renda, além de garantir destaque para o legado dessas artesãs e dos seus povos. Durante um ano, as associações recebem uma série de treinamentos e oficinas, além de um aporte financeiro de R$ 250 mil, cada uma, que é gerido pelas próprias organizações.
Além das cinco contempladas com recursos, outras cinco organizações foram contempladas com formações. Em São Gabriel da Cachoeira foi realizada a primeira oficina, mas ainda em 2024 serão realizadas outras duas formações nas regiões do baixo Amazonas e Alto Solimões.
Sobre a FAS
A Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil sem fins lucrativos que atua pelo desenvolvimento sustentável da Amazônia. Sua missão é contribuir para a conservação do bioma, para a melhoria da qualidade de vida das populações da Amazônia e valorização da floresta em pé e de sua biodiversidade. Com 16 anos de atuação, a instituição tem números de destaque, como o aumento de 202% na renda média de milhares famílias beneficiadas e a queda de 39% no desmatamento em áreas atendidas.
Sobre a Coiab
A Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab) é uma organização indígena com 35 anos de atuação na defesa dos direitos indígenas à terra, saúde, educação, cultura e sustentabilidade, considerando a diversidades de povos, e visando sua autonomia por meio de articulação política e fortalecimento das organizações indígenas.
É a maior organização indígena regional do Brasil em número de povos incluídos e área de abrangência. Atua em nove estados da Amazônia Brasileira (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e está articulada com uma rede composta por associações locais, federações regionais, organizações de mulheres, professores, estudantes indígenas, e subdividida em 64 regiões de base.
Sobre a Makira E’ta
A Makira E’ta – Rede de Mulheres Indígena do Estado do Amazonas é uma Organização da Sociedade Civil (OSC) independente, privada, de interesse público, sem vínculos político-partidários, com fins não econômicos, fundada no dia 29 de julho de 2017.
Tem como missão a promoção e o desenvolvimento social, político e econômico, com prioridade à mulher indígena. A Makira E’ta acredita em uma sociedade com igualdade de oportunidades a todas as pessoas e neste o protagonismo da mulher indígena, principalmente nas comunidades que não são alcançadas pelas políticas públicas estaduais e municipais.
Com informações da assessoria