Mais de 60 aves são encontradas mortas em redes de pesca durante operação do Ibama e Polícia Militar no Amazonas
Entre os dias 14 e 16 de outubro, o Ibama, em parceria com o Batalhão de Policiamento Ambiental da Polícia Militar, realizou a Operação Safari Amazônico, que visou a fiscalização e combate aos crimes ambientais no Estado do Amazonas. A operação, focada principalmente na proteção da fauna silvestre, resultou em apreensões, autuações e multas significativas, reforçando a importância da preservação ambiental na região.
Após uma denúncia, os agentes se deslocaram até uma residência no bairro Japiim, em Manaus, onde encontraram dois papagaios da várzea sendo mantidos em cativeiro ilegal. As aves estavam com as asas cortadas, uma prática comum para impedir que voem. As araras foram apreendidas, e o proprietário do imóvel foi autuado com uma multa de R$ 10.000,00, com base no artigo 24 do Decreto 6.514/2008. A situação também será investigada quanto ao crime de maus-tratos.
Aves mortas em redes de pesca
Em outra ação, as equipes da operação foram até a comunidade Novo Remanso, no município de Itacoatiara, para investigar a captura ilegal de aves silvestres. No local, redes de pesca foram encontradas instaladas ao redor de um imóvel rural, resultando na morte de 62 aves de diversas espécies, incluindo curicas-verdes, maracanãs-do-buriti, tucanos, bem-te-vis, entre outras. As redes foram removidas para evitar mais danos à fauna local, e o proprietário do imóvel foi multado em R$ 242.500,00 por violação da legislação ambiental.
Um funcionário da propriedade revelou que as redes foram instaladas para proteger as plantações de açaí da região, mas, devido à morte das aves, as autoridades ambientais decidiram pela apreensão do material e autuação do responsável.
Apreensão de aves em cativeiro
Ainda em Itacoatiara, a Operação Safari Amazônico resultou na apreensão de 9 aves mantidas ilegalmente em cativeiro, sem qualquer autorização. As espécies incluíam 6 passeriformes e 3 psitacídeos, como o curió e o periquito santo. A proprietária dos animais alegou ter adquirido as aves de terceiros, mas foi multada em R$ 18.000,00, de acordo com o art. 24, parágrafo 3, III, do Decreto 6.514/2008. As gaiolas utilizadas no cativeiro também foram apreendidas.
Uso de fogos de artifício para espantar aves
A operação também investigou uma denúncia envolvendo o uso de fogos de artifício para espantar aves que haviam feito de uma palmeira um abrigo, no restaurante de um estabelecimento na orla de Itacoatiara. O responsável pelo local admitiu o uso dos fogos, o que resultou na destruição do abrigo de 20 psitacídeos. A ação, registrada em vídeo, gerou uma multa de R$ 100.000,00 ao proprietário do restaurante, com base no artigo 24, parágrafo 3, II, do Decreto 6.514/2008.
Multas e compromisso com a preservação ambiental
As ações da Operação Safari Amazônico resultaram em apreensões importantes e multas que somam R$ 370.500,00. Segundo o superintendente do Ibama no Amazonas, Joel Araújo, a operação reforça o compromisso do instituto com a proteção da fauna silvestre e o combate a crimes ambientais.
“A fauna em vida livre é uma responsabilidade para a qual o Ibama tem grande dedicação e empenho. Muitos insistem em perseguir e matar animais e outros aprisionam para tratar como se domésticos fossem. Nós seguiremos atuando para proteger toda a biodiversidade e a floresta!”, afirmou Araújo.
A Operação Safari Amazônico segue como um exemplo da importância das fiscalizações ambientais na Amazônia, onde a proteção da fauna e da flora é essencial para a preservação do equilíbrio ecológico da região.