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Professor de jiu-jítsu dopava alunos para estuprá-los, diz PC-AM

Alcenor Alves Soeiro é acusado de pedofilia. Ele está preso em Santa Catarina e será transferido para Manaus

O professor de jiu-jítsu Alcenor Alves Soeiro, de 56 anos, é acusado de dopar seus alunos para consumar os abusos e explorar sexualmente as vítimas desde 2011. Ele atua em uma academia de Manaus e foi preso no último sábado (23) em uma competição esportiva, onde participava como treinador de crianças e adolescentes, em Balneário Camboriú, no litoral de Santa Catarina.

O profissional era considerado foragido da Justiça amazonense. De acordo com a Polícia Civil de Santa Catarina (PC-SC), a prisão ocorreu após a Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) pedir apoio operacional para localizar e prender o homem. Soeiro foi preso em cumprimento a mandado de prisão temporária. Ele está no presídio de Itajaí, em Santa Catarina, e ainda será transferido para Manaus.

Em coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (25/11), a delegada Déborah Ponce, afirmou que os crimes teriam acontecido entre os anos de 2011 e 2018, mas que recentemente voltaram a acontecer.

“Os alunos tinham uma enorme admiração por ele, por esse ser um renomado professor e atleta. Ele dava aulas para crianças e adolescentes de baixa renda, então ele dava kimonos, bolsas em academias, viagens e utilizava o sonho dessas vítimas para cometer os crimes”, revelou a delegada.

Vítimas

Conforme a delegada, sete vítimas já foram ouvidas. “Uma das vítimas, que agora já tem 15 anos, revelou que começou a ser abusado quando tinha 7 anos, em um período que morava com o professor. Ele é um indivíduo que sabia o que estava fazendo e seduzia as vítimas com as falsas promessas de alavancar a carreira deles”, completou.

Uma das vítimas relatou que chegou a morar na casa do suspeito, conforme Ponce.

“Esse professor tinha total controle e até a tutela desses meninos, já que ele levava alguns para viagens, e outros chegavam até a ficar na casa dele em períodos de competições, sob o pretexto de uma melhor preparação. Os crimes aconteciam nesse contexto”, disse.

Ainda de acordo com a delegada, Alcenor suspeitava que poderia ser preso e planejava fugir para Dubai no período de uma competição esportiva.

“Ele tinha esse plano de fugir para o exterior, mas foi interceptado antes e agora vai ser recambiado de volta para Manaus para prestar depoimento”, disse a delegada Déborah Ponce.

De acordo com a PC-AM, já existe materialidade contundente contra Alcenor, como fotos e vídeos, mas as informações adquiridas em escuta especial devem dar mais detalhes para elaborar o inquérito policial.

A delegada ainda ressaltou a importância do monitoramento dos pais nas atividades praticadas pelos filhos.

“O que percebemos é que esses meninos tinham muita vergonha de contar para os pais o que estava acontecendo, esse foi um ponto crucial que foi alcançado pela nossa equipe, para podermos ter informações mais detalhadas. Oriento aos pais e responsáveis, que acompanhem seus filhos em aulas esportivas e em competições, assim como qualquer outra atividade praticada pelas crianças e adolescentes. Também é importante orientar e conversar com as crianças sobre o que acontece nesses lugares, como são tratados, etc”, reforçou.

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