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Francês é condenado a 20 anos por dopar esposa e permitir abusos por terceiros

  • O tribunal de Avignon, no sul da França, considerou Pelicot culpado de estupro agravado e outros crimes relacionados, incluindo a filmagem de sua filha e enteadas em situações íntimas.

Dominique Pélicot, de 72 anos, foi condenado a 20 anos de prisão por drogar sua esposa, Gisèle Pelicot, e permitir que dezenas de homens a estuprassem ao longo de quase uma década. O caso, que chocou a sociedade francesa, revelou detalhes perturbadores sobre o abuso sistemático e a exploração sexual de Gisèle.

Início das investigações

As investigações tiveram início em setembro de 2020, quando Dominique foi preso por filmar mulheres por baixo das saias em um supermercado em Carpentras. Durante a apreensão, a polícia encontrou em seu disco rígido centenas de vídeos e fotos que documentavam os abusos sexuais contra sua esposa, realizados enquanto ela estava sob efeito de ansiolíticos administrados por ele.

Detalhes do abuso

Dominique recrutou homens online, oferecendo-lhes a oportunidade de abusar sexualmente de sua esposa enquanto ela estava inconsciente. Ele gravou os abusos e manteve um arquivo extenso de vídeos e fotos, que foram utilizados como evidência durante o julgamento.

Julgamento e sentença

O julgamento, iniciado em setembro de 2024, envolveu 51 réus, incluindo Dominique e 50 homens que participaram dos abusos. Durante o processo, Gisèle testemunhou corajosamente, exigindo que os vídeos fossem exibidos em tribunal para que sua experiência fosse reconhecida. Ela expressou sua determinação em mudar as coisas para todas as vítimas de estupro.

Dominique foi condenado a 20 anos de prisão por estupro qualificado, tentativa de estupro e gravação de imagens de abuso sexual. Os outros 50 réus receberam penas que variaram de 3 a 15 anos de prisão.

Defesas dos acusados

Alguns réus alegaram que acreditavam que Gisèle estava ciente e consentia com os atos sexuais, considerando-os parte de jogos sexuais consensuais. No entanto, o tribunal rejeitou essas alegações, reconhecendo que os atos foram realizados sem o consentimento de Gisèle, que estava sob efeito de substâncias sedativas.

Declarações da vítima

Gisèle, em seu depoimento, afirmou: “Durante 50 anos, vivi com um homem que eu não imaginava que pudesse cometer esses atos de estupro.”Ela enfatizou que não duvidou dele “nem por um segundo” e que tinha confiança nele.

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