Suspeito de matar palestino em Manaus tem prisão decretada
Justiça autorizou prisão temporária por 30 dias e busca na residência do investigado
O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) decretou, na noite deste domingo (9), a prisão temporária de Robson Silva Nava Júnior por 30 dias. Ele é apontado pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) como o principal suspeito do assassinato do palestino-brasileiro Mohammad Ali Ismail Hamdan Manasrah, de 20 anos.
A decisão foi assinada pelo juiz Reyson de Souza e Silva e expedida pela Central de Plantão Criminal. Além da prisão, a Justiça autorizou o cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do investigado, cujo endereço não foi informado. No entanto, o magistrado negou o pedido de interceptação de comunicações telefônicas e a quebra do sigilo de dados telemáticos do suspeito.
Mandado cita homicídio qualificado
No documento judicial, o juiz cita o artigo 121, parágrafo 2º, do Código Penal (Lei 2.848), que trata do homicídio qualificado por motivo fútil, além de outras cinco tipificações legais. Caso seja condenado, a pena de Robson Júnior pode variar de 12 a 30 anos de prisão.
Ao solicitar os mandados judiciais, a Polícia Civil relatou que o suspeito compareceu voluntariamente à delegacia em uma suposta tentativa de esclarecer os fatos. No entanto, uma testemunha do crime o reconheceu como o autor do golpe fatal contra Mohammad Manasrah. Segundo a investigação, a vestimenta apresentada por Robson Júnior à polícia não corresponde às imagens das câmeras de segurança do local onde o crime ocorreu.
“O aparelho celular mencionado pela autoridade policial, de propriedade do representado, haja vista a constatar indícios razoáveis de que pode reunir dados relevantes à comprovação de autoria e materialidade do delito em apuração, considerando, ademais, que tais dados possam ser comprometidos, alterados ou mesmo eliminados com o tempo, revelando-se mister o deferimento da referida medida cautelar”, cita a decisão judicial, que negou a quebra de sigilo telemático.
Vítima estava de férias e retornaria à Jordânia
Mohammad Ali Ismail Hamdan Manasrah era estudante de Ciência da Computação na Universidade da Jordânia, no Oriente Médio, e estava de férias em Manaus com a família. Ele tinha passagem de retorno marcada para a próxima quarta-feira (12).
Segundo Mamoun Imwas, representante da Sociedade Árabe Palestina do Amazonas e parente da vítima, Mohammad nasceu em Manaus, mas morava na Jordânia desde a infância. “Ele veio a Manaus para visitar o pai e o irmão. Poucas vezes vinha passear aqui. Mohammad tem dupla nacionalidade, era palestino e brasileiro”, disse.
O corpo do jovem será repatriado para a Jordânia, onde ocorrerá o sepultamento. A Sociedade Árabe Palestina do Amazonas declarou que a confusão envolvendo a vítima e o suspeito começou dentro de um estabelecimento comercial. Seguranças intervieram e orientaram os envolvidos a deixarem o local, mas o crime ocorreu logo após a saída.
As investigações continuam para esclarecer o caso e determinar a motivação do assassinato.