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Amom Mandel revela autismo e a rotina de desafios no mandato na Câmara

Após aparecer bem cotado em pesquisas para as eleições municipais, Amom Mendel virou alvo de ataques em Manaus por seu comportamento atípico. O deputado, de 22 anos, resolveu revelar que convive com diagnóstico de autismo desde os 14. As informações são da coluna Radar, da Revista Veja.

“Há um certo preconceito no meio político em ataques que eu tenho sofrido por adversários e na imprensa local, que levantam essa expressão como se fosse um defeito. Quando, na verdade, é simplesmente uma característica”, disse o deputado ao Radar.

Amom admitiu que costumava “cair nessa casca de banana” que os opositores colocavam à sua frente e resolveu afirmar suas características para deixar de se incomodar com as provocações. Mais do que uma resposta aos adversários, ele garante que políticas públicas para autistas serão pautadas no seu mandato — focado hoje em questões ambientais.

“Eu quero abraçar a pauta da inclusão de pessoas autistas, como eu nunca fiz antes”, afirmou.

No dia-a-dia, Amom tem dificuldades com sons muito estridentes e leva um redutor de ruído auricular e um fone de ouvido para sessões da Câmara para evitar incômodos com os parlamentares mais exaltados. Quem prestar atenção no deputado em plenário, vai notar uma “cordinha” pendurada na calça, que são os artifícios usados para mitigar os efeitos dos sons estridentes.

“Eu fico um pouco no escanteio, sentado no canto, mas eu faço as intervenções que tem que ser feitas. E aí, nessas questões, de gritarias, eu simplesmente uso fone de ouvido e, ocasionalmente, quando é algo muito exagerado, eu aciono a função de cancelamento de ruídos ou uso um redutor auricular”, conta.

Ele afirma que conseguiu superar a maior parte das dificuldades com terapia e com uma estratégia chamada “masking”, uma estratégia que as pessoas dentro do espectro autista usam para “esconder” certos comportamentos, de forma consciente ou inconsciente. Apesar de camuflar atitudes consideradas atípicas, a técnica exige um gasto de energia excessivo.

Por outro lado, ele acredita que outra característica do transtorno, o hiperfoco, pode ser uma vantagem no trabalho parlamentar. Amom se debruça sobre documentos e temas específicos por mais de 12 horas sem cansar e não enjoa de discutir o mesmo assunto por dias.

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