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Após 78 dias de seca severa, navios de carga voltam a atracar em Manaus

A chegada de dois navios com insumos marca o retorno das operações portuárias em Manaus após 78 dias de seca severa que impossibilitou a atracação de embarcações diretamente nos portos no período. Os navios Mercosul Suape e Jacarandá – Log-In atracam no Porto chibatão nesta terça-feira (26/11), às 18h e 23h, respectivamente.

De acordo com o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa, ainda com o processo lento de subida dos rios da Amazônia, os navios devem atracar, por enquanto, com apenas a metade da carga da sua capacidade total.

“A novidade é que amanhã (terça) chegarão dois navios com meia carga movimentando 2.800 conteineres. Isso é uma boa notícia, afinal de contas depois de 78 dias sem navios, nós vamos receber dois navios. É verdade com serão com meia carga, mas já é uma melhora em relação ao que estvámos vivendo”, declarou.

A capacidade dos navios reduzida em 50% é uma medida adotada para garantir a segurança na navegação. O retorno das operações portuárias essenciais para o abastecimento de insumos no comércio e no Polo Industrial de Manaus (PIM).

O professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e coordenador da comissão de logística do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), Augusto César Barreto Rocha, relatou que a falta de infraestrutura e de investimentos na área para a região encarece a operação das indústrias. Neste ano, os gastos para contornar a seca mais severa da história giraram em torno de R$ 1,3 bilhão.

Segundo ele, deste montante, R$ 846 milhões foram para o adiantamento de estoque e mais R$ 500 milhões da chamada “taxa da seca”, que aumentou o preço da logística de cabotagem.

Medidas na seca
Um porto provisório foi instalado em Itacoatiara para minimizar os efeitos da seca (Foto: Divulgação/Porto Chibatão)

Algumas medidas foram utilizadas para diminuir os impactos da seca na navegação: uma delas é a dragem da Foz do Rio Madeira e da região do Tabocal, onde os navios maiores, com contêineres, que seguiriam para Manaus, ficaram retidos. A obra de dragagem emergencial custou cerca de R$ 80 milhões e deverá ser mais eficiente em 2025, já que iniciou apenas em outubro.

Outra medida, agora dos portos privativos, foi a instalação de um porto provisório na cidade de Iracoatiara para que não houvesse desabastecimento de insumos. Com 277,5 metros de extensão, o píer foi projetado para operar em áreas de baixa profundidade, permitindo que o transporte de mercadorias continue fluindo, mesmo com a redução dos níveis dos rios. 

O porto, que funciona desde o dia 12 de setembro como alternativa para evitar o desabastecimento do PIM e do comércio na capital durante a seca dos rios, não tem data para ser desativado e é operado pelas empresas Chibatão e Super Terminais.

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