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Atendimentos de IPVA no CAC agora são realizados com agendamento online

Em Manaus, o escritório da OIM no Pronto Atendimento ao Cidadão (PAC) da Compensa, na Zona Oeste, foi fechado a partir desta segunda-feira (27), e os profissionais foram dispensados

O governo dos Estados Unidos, sob a administração do presidente Donald Trump, anunciou a suspensão por 90 dias do repasse de fundos destinados à ajuda humanitária, impactando diretamente os serviços oferecidos pela Organização Internacional para as Migrações (OIM) a migrantes venezuelanos no Brasil, incluindo aqueles em Manaus. A medida, determinada por um memorando interno enviado a oficiais e embaixadas dos EUA, visa revisar os programas de assistência humanitária para garantir que estejam alinhados com os objetivos da política externa do governo Trump.

A OIM, que tem atuado no Brasil desde 2018 no âmbito da Operação Acolhida, é responsável por regularizar a migração e fornecer assistência humanitária aos imigrantes, especialmente no estado de Roraima, onde muitos venezuelanos entram no país. Com o corte de verbas, uma série de serviços essenciais será afetada, incluindo a regularização migratória, o acesso a serviços de saúde e alimentação, e a proteção contra o tráfico de pessoas e contrabando de migrantes. A suspensão também comprometerá os esforços de interiorização e a implementação de políticas públicas de integração.

De acordo com a OIM, cerca de 60% dos recursos da organização no Brasil vêm dos Estados Unidos, e a paralisação parcial das atividades representa um desafio significativo para o gerenciamento da crise humanitária. Além disso, estima-se que milhares de imigrantes, que dependem desses serviços para garantir a residência temporária no Brasil, fiquem sem acesso à regularização e aos benefícios de saúde e alimentação.

Em Manaus, o escritório da OIM no Pronto Atendimento ao Cidadão (PAC) da Compensa, na Zona Oeste, foi fechado a partir desta segunda-feira (27), e os profissionais foram dispensados. Esse ponto de acolhimento, que atendia centenas de migrantes diariamente, será uma das principais vítimas da suspensão. A entidade também comunicou que, apesar da crise de recursos, continuará a trabalhar em estreita colaboração com o Governo Federal e governos estaduais para garantir que, dentro de suas possibilidades, a missão de proteger os migrantes seja mantida.

“Manteremos todos os esforços possíveis para seguir nossa missão de proteger as pessoas em movimento e promover uma migração humanizada, ordenada e digna, que beneficie tanto os migrantes quanto a sociedade de acolhida”, afirmou a OIM em nota. A organização ressaltou ainda que a redução de recursos afetará diretamente a manutenção de estruturas físicas e a operacionalização de serviços essenciais nos centros de acolhimento e atendimento.

A suspensão dos fundos americanos gerou apreensão, especialmente por seu impacto em uma das operações de acolhimento de migrantes mais importantes do Brasil. A Operação Acolhida, parceria entre o governo brasileiro e organizações internacionais, é vista como crucial para lidar com a chegada de imigrantes venezuelanos e outros refugiados que buscam estabilidade no Brasil. O Ministério das Relações Exteriores e o Ministério da Defesa ainda não se manifestaram sobre como o corte de financiamento pode afetar a continuidade da operação.

A medida reflete a postura do governo Trump em relação à assistência humanitária e à política migratória, destacando as tensões entre as prioridades internas dos Estados Unidos e as necessidades humanitárias globais. Além disso, coloca mais pressão sobre o Brasil e outros países da região que enfrentam desafios significativos relacionados ao fluxo de migrantes.

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