Bolsonaro denunciado pela PGR convoca ato por anistia a golpistas do 8 de janeiro
Evento ocorre em meio a tensões políticas e à iminência de julgamento no STF
Na manhã deste domingo (16), a Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, foi palco de uma manifestação liderada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que reuniu apoiadores em defesa da anistia para os presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O evento, organizado pelo pastor Silas Malafaia, teve início às 10h e contou com a presença de diversas lideranças políticas alinhadas à direita brasileira.
Estrutura e adesão
A organização disponibilizou dois trios elétricos para a manifestação, que foi transmitida ao vivo nas redes sociais de Bolsonaro e de seus aliados. Entre os presentes, destacaram-se governadores, senadores e deputados federais, que discursaram em apoio à causa. Nas redes sociais, bolsonaristas convocaram apoiadores de todo o país para o ato, resultando em uma expressiva participação popular. A Polícia Militar do Rio de Janeiro reforçou o esquema de segurança na região para garantir a ordem durante o evento.
Discursos e posicionamentos
Em seu discurso, Bolsonaro criticou as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e defendeu a liberdade dos que chamou de “presos políticos”. Ele afirmou que a manifestação representa um “recado claro” da insatisfação popular e ressaltou a importância de lutar contra o que classificou como perseguição política. “O Brasil precisa mostrar sua força. Não podemos aceitar perseguição política contra quem defendeu a liberdade e a pátria”, declarou Bolsonaro em uma live na última sexta-feira (15).
Contexto político e reações
A manifestação ocorre em um momento de tensão política, às vésperas do julgamento no STF que analisará novas denúncias contra Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. O julgamento está previsto para os dias 25 e 26 de março e será conduzido pela Primeira Turma do STF, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.
O governo federal demonstrou preocupação com o ato, classificando-o como uma possível afronta ao STF. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que as autoridades estão monitorando o evento para evitar qualquer violação da ordem pública. Por outro lado, aliados de Bolsonaro garantem que a manifestação é pacífica e democrática, buscando pressionar o Congresso Nacional a aprovar um projeto de anistia para os manifestantes presos.
Com uma multidão nas ruas e um cenário de forte polarização política, a manifestação deste domingo pode se tornar um marco na trajetória de Bolsonaro e na oposição ao governo Lula e ao STF.