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Briga em adega termina com jovem em coma e três mulheres presas em Manaus

Segundo as investigações, a confusão foi motivada por “ciúmes entre amigas”. Vídeo da agressão viralizou nas redes sociais

Uma briga generalizada na saída de uma adega no bairro Novo Aleixo, zona Norte de Manaus, na madrugada do último domingo (08/06), resultou na prisão de três mulheres e deixou uma jovem em coma, respirando por aparelhos. As investigações da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) apontam que o crime de tentativa de homicídio qualificado foi motivado por ciúmes e antigas desavenças entre “ex-amigas”.

As vítimas são irmãs, identificadas como Maiara Borges de Melo, de 21 anos, e Samara Borges de Melo, de 18 anos. Ambas foram agredidas por Karolainy Renata Vaz Oliveira, de 22 anos, Letícia Laiane Vaz Oliveira, de 20, e Thaisa de Matos Reis, de 18 anos, que foram presas nesta quarta-feira (11/06).

De acordo com o delegado Osman Nasser, a confusão teve início por “ciúmes entre amigas”. “A Thaisa era amiga das vítimas, chegou a morar junto com elas mas posteriormente saiu da casa e foi morar com as outras autoras. Desde então, passaram a ter uma espécie de ciúme de amizade. E partir daí, começaram os xingamentos e intrigas”, explicou o delegado.

A briga se intensificou quando as ex-amigas se encontraram por acaso na adega. Conforme as investigações, um das acusadas chegou a ameaçar Samara com uma garrafa de vidro.

“Samara estava lá com sua irmã, quando viu as ex-amigas. Karolainy teria proferido um xingamento para Samara, que retrucou o xingamento, então a irmã de Karolainy, identificada como Letícia, desferiu um soco no rosto de Samara. A partir daí começou as agressões mútuas. Durante a confusão, a Thaisa, também autora da tentativa de homicídio, puxou uma garrafa e tentou acertar a cabeça de Samara, mas foi impedida por terceiros”, revelou o delegado Osman Nasser.

Vítima desmaiou e está em coma
O delegado relatou ainda que, enquanto era espancada, Samara chegou a desmaiar, mesmo assim as autoras continuaram desferindo golpes na cabeça da vítima.

“Testemunhas filmaram a cena de violência extrema, onde socos, puxões de cabelo e agressões foram registrados enquanto clientes jogavam até bebidas. Uma delas gritava ‘Eu vou te matar, eu vou te matar’. A vítima chegou a convulsionar, ocasião em que terceiros intervieram, separaram a briga e levaram ela para o hospital”, detalhou.

A gravidade dos ferimentos levou Samara a ser internada no Hospital e Pronto-Socorro João Lúcio, onde está coma, respirando por aparelhos e sem previsão de alta.

Suspeita gravou vídeos confessando o crime
Após o crime, uma das autoras, Karolainy Renata, gravou um vídeo que circulou nas redes sociais, inicialmente pedindo desculpas, depois, confessou o crime. Segundo o delegado, as imagens corroboram para o indiciamento de todas as envolvidas.

“Nesses vídeos, uma delas diz ‘Ela tem sorte de que ela está em coma, porque eu queria mesmo era matá-la’. Em um outro vídeo, as três mulheres aparecem pedindo desculpas, com uma delas afirmando: ‘Em nenhum momento foi minha intenção causar qualquer mal a ela. Não vai mais acontecer isso. E eu desejo melhoras para ela’. No entanto, ao produzir provas contra si mesmas, essas jovens devem permanecer presas”, disso o delegado.

Nos vídeos, uma das acusadas reforça o pedido de desculpas e se propõe a ajudar a vítima: “Sinto muito por tudo isso e, de coração, desejo que ela melhore logo. Se ela precisar de remédios ou qualquer outra coisa, nós estamos aí para ajudar. Eu não tinha essa intenção de fazer isso com a Samara. Eu desejo melhoras para ela e que ela fique bem. Pedir desculpas à adega também. Eu nunca queria brigar aí. E eu nunca fui também de briga”, declarou.

Investigação
O delegado Nasser também chamou a atenção para a adega onde o incidente ocorreu. Ele revelou operações têm sido feitas nesses locais. “Estamos atuantes na cidade toda, mas especificamente essa, a Adega do Cego, foi constatada irregularidade e ela já tinha sido fechada sexta-feira. No sábado, entre na madrugada para domingo, onde ocorreu esse fato, ela reabriu”, detalhou.

Adegas como pontos de droga
O delegado-geral adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, reforçou que as adegas têm sido utilizadas como ponto de venda de droga e favorecimento à prostituição.

“Pedimos a ajuda da população para denunciar essas adegas, nos dando endereços. Temos feito CIFs também e junto com a Secretaria de Segurança para que possamos combater essa nova modalidade de crime que eles estão utilizando esses locais como antro para cometer vários tipos de crimes, inclusive tráfico de drogas”, ressaltou.

As três mulheres foram presas pela 27ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom) e estão colaborando com a polícia. Elas foram indiciadas por tentativa de homicídio qualificado e estão à disposição da Justiça, podendo pegar uma pena de 12 a 20 anos de cadeia.

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