Cerca de 30% da população negra nunca foi ao dentista
Quase 30% da população negra brasileira nunca foi ao dentista ou não se consulta com o
profissional há mais de três anos, segundo um cruzamento inédito feito pelo Centro de Estudos
e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra), com bases estatísticas do DataSUS de 2019,
divulgado no ano passado. O levantamento revela que apenas 21,7% da população negra tem
plano de saúde ou odontológico, enquanto entre os brancos o índice é de 40%.
A visita periódica ao dentista previne uma série de doenças, mas como evidenciam os estudos,
a maioria da população não tem acesso a tratamento de qualidade. De acordo com a Pesquisa
Nacional de Saúde, feita pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), metade dos brasileiros com idade entre 35 e 45 anos já perdeu ao
menos 12 dentes.
Cárie, gengivite, periodontite, traumatismos dentários, edentulismo e má oclusão são as
condições que mais acometem crianças e adultos. “Toda a população tem direito aos serviços
odontológicos, que são tão importantes quanto as demais áreas da saúde. Alguns problemas
bucais podem comprometer a saúde geral se não forem tratados a tempo, como é o caso de
doenças periodontais, onde as bactérias podem comprometer o coração”, alerta a docente do
curso de Odontologia da Estácio, Patrícia Reis.
A orientação de profissionais sobre os cuidados diários com a higiene bucal também é essencial
para evitar danos a curto e longo prazo. “A escovação dos dentes deve ser feita no mínimo três
vezes ao dia, após as refeições, e de preferência associada ao uso de fio dental. A pasta de dente
deve ter no mínimo 1.000 ppm de flúor, mas pacientes com condições especiais podem precisar
de indicação de produto específico. O enxaguante bucal só deve ser usado sob recomendação
de um cirurgião dentista, pois pode manchar os dentes e levar a alterações de paladar”, pondera
a especialista.
Com informações da assessoria