Cheia no AM aumenta risco de acidentes com animais peçonhentos
Com a subida dos rios, serpentes, escorpiões e aranhas se deslocam dos habitats naturais em busca de abrigo, incluindo áreas residenciais
A cheia dos rios no Amazonas tem causado o deslocamento de animais peçonhentos, como serpentes, escorpiões e aranhas, dos seus habitats naturais em busca de abrigo, muitas vezes próximas ou dentro de residências. A situação, comum no período de enchente, aumenta o risco de acidentes, principalmente, em áreas rurais e no interior do estado.
Com o avanço do nível das águas, cresceu o número de ocorrências segundo a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP). Só no mês de maio, foram registrados 242 acidentes com animais peçonhentos no estado, sendo a maioria (56%) provocada por serpentes.
Além das serpentes, os acidentes mais comum neste ano são causados por escorpião (16%) e aranha (11%), o que reforça a necessidade de vigilância e ações educativas contínuas nas comunidades mais vulneráveis.
Diante desse cenário, a FVS-RCP reforçou o alerta à população para a adoção de medidas preventivas e o cuidado redobrado durante este período de inundações. O monitoramento de acidentes por animais peçonhentos é realizado durante todo o ano, mas os cuidados devem ser intensificados nos meses em que a cheia dos rios modifica a dinâmica das comunidades.
Segundo a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, é comum o registro de circulação de serpentes, escorpiões e até aranhas fugindo dos rios durante a cheia.
“Reforçamos a importância da adoção de medidas preventivas simples, mas eficazes, que contribuem diretamente para a prevenção do risco de acidentes com esses animais peçonhentos, principalmente em áreas alagadas”, destaca.
A orientação ao identificar a presença de animais peçonhentos, a recomendação é manter distância e acionar os órgãos de saúde ou defesa civil local, conforme a gerente de Zoonoses do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-RCP, Érica Chagas.
“É importante evitar o contato direto e, no caso de acidente, buscar atendimento médico imediato. Quanto mais rápido o atendimento, maiores as chances de sucesso no tratamento com o uso de soros antiveveno diversos”, explica Érica.
Soroterapias
A FVS-RCP informou que mantém o abastecimento estratégico de soros antivenenos nas unidades de saúde do interior e segue com o acompanhamento dos casos registrados em todo o estado.
Em março, a Fundação ampliou a distribuição dos soros antiveneno para o tratamento de acidentes envolvendo animais peçonhentos para 14 polos base em áreas indígenas. A estratégia visa o atendimento ágil e de qualidade para reduzir os impactos de acidentes ofídicos e escorpiônicos em áreas distantes.
Orientações
- Uso de calçados fechados;
- Limpeza de quintais e terrenos baldios;
- Cuidado ao manusear entulhos e objetos armazenados em locais úmidos;
- Atenção ao entrar em áreas de mata ou locais alagados.