Comidas típicas: nutricionista explica como aproveitar festejos com equilíbrio
As festas juninas são famosas pela fartura de alimentos de alto índice calórico; docente do curso de nutrição dá dicas para aproveitar sem excessos
O mês de junho começou e, além da temperatura mais baixa e muito forró, as comidas típicas dos festejos juninos são atrações confirmadas para o período. Canjica, pamonha, bolo preto, bolo de milho, pipoca e amendoim estão entre as guloseimas que, só em pensar, dão água na boca. Estes são alguns dos alimentos que ficam ainda mais presentes na mesa do nordestino. Mas, é possível manter uma refeição saudável e equilibrada com tantos quitutes à disposição?
Nessa época do ano são muito comuns preparações à base de milho, macaxeira, batata-doce, coco, também tem a presença das oleaginosas, como o amendoim e castanha de caju. Embora a base dessas comidas típicas utilize esses alimentos naturais, há a adição de outros ingredientes, como açúcar, sal, óleo e outras gorduras. Segundo Tassia Morais, professora do curso de Nutrição da Estácio, essas combinações são o que acaba aumentando o valor calórico dessas preparações.
Sobre uma alimentação balanceada, a profissional lembra que o Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado e disponibilizado à população pelo Ministério da Saúde, orienta o consumo preferencialmente de alimentos in natura ou minimamente processados. “Isso significa que quanto menor a quantidade desses ingredientes, menos processos para o preparo da refeição, melhor a qualidade nutricional dele”, relata.
A orientação da nutricionista é dar preferência aos pratos que tenham uma base mais natural, como o milho cozido ou assado, pipoca caseira, amendoim torrado, cuscuz, batata doce, macaxeira cozida. “Caso a pessoa opte por um prato típico, como a canjica, pamonha, bolo preto, a ideia é ainda no preparo trocar os ingredientes, como, por exemplo, o açúcar refinado pelo demerara, colocar menos sal na preparação e diminuir a gordura utilizada”, indica Tassia.
Além desse cuidado com a alimentação nos festejos juninos, a profissional destaca que o possível “descontrole” com o consumo pode estar vinculado a comportamentos da rotina diária. “O grande segredo da alimentação, não só na época das festas juninas, mas em qualquer data comemorativa, é a moderação. O ideal é ter um comportamento mais saudável em relação ao alimento: comer devagar, mastigar melhor, respeitar os sinais de fome e de saciedade. Tudo isso ajuda no controle dos excessos nesse período”.
Os maus hábitos alimentares são uma preocupação devido aos indicativos de aumento de obesidade entre os brasileiros. Segundo pesquisa, a perspectiva é que até 2030 68% da população brasileira esteja com excesso de peso e 26% com obesidade. Os dados são do estudo “A Epidemia de Obesidade e as DCNT – Causas, custos e sobrecarga no SUS”, realizado por pesquisadores do Brasil e Chile. A pesquisa também revela que a prevalência do excesso de peso aumentou de 42,6% em 2006 para 55,4% em 2019. Já a obesidade saltou de 11,8% para 20,3% no mesmo período.
Condições microbiológicas dos alimentos
Além da quantidade e qualidade nutricional dos alimentos consumidos, a nutricionista lembra ainda que devem ser observadas as condições microbiológicas das comidas. “É importante verificar armazenamento, preparo e manipulação, para se evitar qualquer tipo de contaminação. Os pratos à base de milho e coco são muito perecíveis, então, é fundamental ter controle de temperatura, do manuseio dessas comidas, o local precisa estar muito bem higienizado. Seja no preparo em casa, ou se o produto for adquirido no comércio, sempre observar esses pontos, para evitar adquirir doenças transmitidas por meio do alimento”, aponta.
Com informações da assessoria