Dia a Dia

Dupla que extorquia vítimas na internet tem prisão preventiva decretada por juiz

O juiz Frank Augusto Lemos do Nascimento, do Plantão Criminal das Audiências de Custódia, converteu, no fim da tarde de ontem (16/09), as prisões em flagrante de Douglas Gustavos Guimarães Campos, 22, e Paulo Victor de Oliveira Repolho, 24, detidos na última segunda-feira (15), pelos crimes de extorsão, falsa identidade e invasão de dispositivo informático de uso alheio. As informações são do Amazonas Hoje.

Segundo a Polícia Civil, os indivíduos extorquiam as vítimas e ameaçavam divulgar fotos íntimas em um grupo de aplicativo de mensagens para mais de 200 mil integrantes.

Durante a audiência de custódia, o juiz disse que “no caso sob apreciação, a materialidade dos crimes está  sobejamente demonstrada nos autos, o que se deflui, principalmente, dos prints e documentos juntados autos, não havendo dúvidas sobre a existência dos fatos delitivos. “Relativamente à autoria, tenho que os indícios constantes das peças que instruem o APF são suficientes para positivar que os autuados cometeram as infrações que lhes são imputadas, especialmente as declarações do condutor, das testemunhas e da vítima”, declarou o juiz em seu despacho.

O caso

Em coletiva de imprensa, o delegado Antônio Rondon, titular da Dercc, informou que Douglas é administrador de dois perfis famosos em uma rede social, que juntos somam mais de 600 mil seguidores; e Paulo Victor era o dono da conta bancária onde as quantias eram depositadas.

“As investigações iniciaram após uma vítima, 22, registrar um Boletim de Ocorrência (BO) na Dercc. Ela contou que, inicialmente, um perfil falso entrou em contato com ela, por uma rede social, dizendo que iria publicar suas fotos íntimas caso ela não desse uma quantia em dinheiro, no entanto, ela achou que aquilo era mentira e bloqueou o perfil”, explicou o delegado.

Segundo Rondon, alguns dias depois, ela foi informada que estavam circulando fotos dela em grupo de aplicativo voltado à venda de conteúdo pornográfico; lá eles falavam que para mandar as fotos explícitas, sem emojis, os integrantes deviam transferir os valores para uma chave pix cadastrada no nome de Paulo Victor.

Investigações

A autoridade policial relata que a equipe de investigação acredita que o Douglas, que é um criador de conteúdo digital, tenha tido acesso a essas imagens invadindo o aparelho celular das vítimas, por meio de links distribuídos pelas redes sociais, e quando elas clicavam, automaticamente ele conseguia invadir e ter acesso às imagens. Inclusive, ele se utilizava desse grande número de seguidores para ter acesso às vítimas.

“Há outras vítimas que entraram em contato com a delegacia, relatando que receberam ligações do mesmo número do Douglas e que caíram no golpe. Os golpistas cobravam valores entre R$ 50 a R$ 200, e em poucos dias conseguiram arrecadar mais de R$ 2,5 mil”, contou o delegado.

As investigações irão continuar para averiguar se há outros envolvidos na prática criminosa, bem como se existem mais vítimas.

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