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Guerra entre Israel e Irã chega ao 5º dia com mais de 240 mortos

A guerra entre Israel e Irã entrou no quinto dia, com lançamento de mísseis entre os dois países e mais de 240 mortos. Teerã foi alvo de novos ataques na madrugada desta terça-feira (17/06, em horário local), após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recomendar que todos deixem a capital iraniana.

Trump encurtou sua visita à cúpula do G7, no Canadá, para voltar aos EUA e tratar da crise no Oriente Médio. Ele pediu que seu Conselho de Segurança Nacional se reúna.

Trump também deu declarações a jornalistas logo após a decolagem do Air Force One do Canadá. Ele afirmou que não estava retornando a Washington apenas para mediar um cessar-fogo entre Irã e Israel — ele queria mais do que isso. Segundo ele, buscava “algo melhor que um cessar-fogo”.

Quando pressionado a explicar o que isso significava, manteve-se vago: disse querer “um fim real”, que poderia incluir “uma rendição completa” por parte do Irã. Trump reiterou que o país persa precisaria abandonar totalmente seu programa nuclear.

Apesar disso, reconheceu que isso exigiria novas negociações — algo para o qual, segundo suas próprias palavras, ele “não está muito disposto no momento”.

O republicano voltou a criticar Teerã por não ter aceitado o acordo que ele teria proposto antes dos ataques israelenses começarem. Ele reforçou esse ponto em uma nova publicação na Truth Social, pouco depois de pousar em Washington.

Em sua rede social, a Truth Social, o presidente americano escreveu na noite de segunda-feira (16): “Todos devem evacuar Teerã imediatamente!”

Ghoncheh Habibiazad, repórter da BBC que está no Irã, relata que “mais e mais pessoas” estão tentando deixar a capital iraniana, mas há muito congestionamento — e as pessoas estão exaustas.

“Muitos com quem conversei, que conseguiram escapar de Teerã, estão preocupados com amigos e familiares que não conseguiram fazer as malas e partir”, relata Habibiazad.

Até o momento, o conflito entre Israel e Irã deixou pelo menos 248 pessoas mortas: 224 no Irã e 24 em Israel, segundo dados oficiais dos dois governos.

Entre os feridos, são cerca de 1.200 no Irã e 154 hospitalizados em Israel, conforme informações dos Ministérios da Saúde de ambos os países.

Nesta segunda-feira, um porta-voz das Forças Armadas israelenses afirmou que o país “assumiu controle aéreo total sobre Teerã”.

Trump subindo escadas de avião
Legenda da foto,Trump deixou o encontro do G7 no Canadá

“Destruímos um terço dos lançadores de mísseis superfície-superfície do regime iraniano”, disse o brigadeiro-general Effie Defrin em uma coletiva de imprensa.

“Estamos a caminho de alcançar nossos dois objetivos: eliminar a ameaça nuclear e eliminar a ameaça dos mísseis”, afirmou, em seguida, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

O embaixador iraniano nas Nações Unidas (ONU), Amir Saeid Iravani, afirmou por sua vez que o Irã tem o direito à autodefesa e conduziu “operações defensivas proporcionais” aos ataques israelenses.

Fogo e fumaça em fábrica
Legenda da foto,Indústria atingida por ataque com mísseis iraniano em Haifa, Israel

Mais cedo, Netanyahu tentou diferenciar os ataques israelenses dos iranianos, afirmando que Israel tinha como alvo ameaças nucleares e armamento com mísseis, enquanto o Irã teria como alvo civis.

Iravani rebateu.

“O Irã, em conformidade com o princípio da proporcionalidade, tomou medidas adicionais visando infraestruturas específicas em Israel como alvos legítimos que materialmente apoiaram sua ofensiva em andamento”, afirmou ele em carta ao Conselho de Segurança da ONU.

O embaixador também acusou Israel de atacar civis e infraestrutura civil.

As hostilidades começaram na sexta-feira (13/06, em horário local) com um amplo ataque israelense contra alvos nucleares e comandantes militares do Irã.

Na ocasião, autoridades israelenses argumentaram que o Irã estava avançando com seu plano de transformar urânio enriquecido em arma nuclear, o que seria um “perigo claro e presente para a própria sobrevivência de Israel”.

Nas últimas horas:

  • A mídia estatal iraniana relatou explosões e intensos disparos de defesa aérea em Teerã nas primeiras horas da manhã de terça-feira (17/06, no horário local), de acordo com a Reuters.
  • As autoridades israelenses suspenderam um alerta anterior que cobria diversas regiões após a detecção de mísseis sendo lançados do Irã.
  • A embaixada da China instou seus cidadãos a deixarem Israel “o mais rápido possível”, já que o conflito com o Irã “continua a se agravar”
  • A Rede de Notícias da República Islâmica do Irã (The Islamic Republic of Iran News Network, IRINN, em inglês), parte da emissora estatal iraniana, afirmou ter sido atacada por Israel. Em um vídeo, é possível ver o momento em que destroços caem no estúdio e uma apresentadora se retira. Isso ocorreu após ameaças feitas pelo ministro da Defesa israelense, que disse que a emissora estatal estava “prestes a desaparecer”.
  • Mais cedo, explosões atingiram grandes cidades israelenses, incluindo Tel Aviv e a cidade portuária de Haifa.
  • Os ataques iranianos ocorreram logo após Israel lançar ataques contra bases de mísseis superfície-superfície no Irã e matar o chefe de inteligência das forças armadas iranianas, Mohammad Kazemi.
  • A embaixada americana em Tel Aviv sofreu “danos leves” durante os ataques noturnos do Irã. Nenhum funcionário americano foi ferido, disse o embaixador Mike Huckabee. A embaixada dos EUA em Jerusalém permanecerá fechada.

https://www.bbc.com

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