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INPA – Exposição que combina ciência com obras de artistas locais está aberta ao público

A partir desta terça-feira (16), a instalação “Amazônia Mapeada”, projeto que é parceria entre Brasil e Suíça estará disponível no Paiol da Cultura

O Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) abrirá as portas do Paiol da Cultura, nesta terça-feira (16), para visitação gratuita da exposição “Amazônia Mapeada: Imagens e Sons do DNA Ambiental”, iniciativa da Swissnex no Brasil para conectar a pesquisa “Amazônia Mapeada”, da artista Sonia Guggisberg, com o trabalho realizado pelo grupo de cientistas da iniciativa CLabs (DNA of Music), liderada por Andrea Desiderato, integrante do ETH BiodivX. O projeto é da Swissnex no Brasil com o grupo ETH BiodivX e tem apoio da Presence Switzerland.

          A proposta da exposição combina ciência e arte para destacar a necessidade urgente de preservação da biodiversidade e de ações climáticas, apontando o contraste entre a beleza natural da Amazônia e a devastação provocada pela seca e por incêndios florestais. A linguagem audiovisual propõe um diálogo crítico com o público.

Do lado da ciência está o time suíço ETH BiodivX, que participa no Brasil da competição final do XPRIZE Rainforest por meio de um projeto com tecnologia de ponta, engajamento comunitário e pesquisa científica inovadora. Mais de vinte cientistas estão na área da Amazônia para a competição. A Swissnex integra o governo Suiço promovendo educação, inovação e pesquisa no Brasil, junto com a Presence Switzerland e a ETH BiodivX. E está na Amazônia por conta da XPRIZE Rainforest, uma competição global. A proposta foi conectá-los nesta exposição sobre as secas na Amazônia e o impacto do clima, através de uma pesquisa composta por trabalhos de pessoas que viveram essa experiência de seca e de fumaça, um ponto decisivo. Dessa forma, temos aqui no Inpa a soma desse olhar registrado em imagens, vídeos e áudios sobre esse DNA ambiental. É um legado para comunidade local e também uma comunicação sobre todo esse projeto para as pessoas que moram em Manaus.”, disse Gabriela Devaud, gerente de programa em arte e ciência.

          Por meio de fotografias, de videoarte documental e da sonificação do DNA ambiental (eDNA), a instalação busca ampliar o debate sobre as complexidades amazônicas, examinando, criticamente, a crise ambiental e as suas implicações. “Quando você dá voz e imagem aos locais, você tem uma outra experiência. São as pessoas que estão acostumadas com todos os trejeitos do local. Então, são capazes de reproduzir, a partir do olhar de quem vive aquela realidade. Não só de quem vem, observa de uma certa distância e retorna. Ser um local é ser uma pessoa, não só datada da experiência de observar, mas de viver e viver envolve muito mais sentido do que a visão”, explica Raphael Alves, fotógrafo e expositor, sobre a importância deste projeto ter sido realizado com outros seis fotógrafos que trabalham no Amazonas:Tadeu Lima da Rocha e Silva, Michael Dantas, Orlando Junior, Cesar Nogueira, Valentina Ricardo e Tiago da Mota e Silva

          Ao falar sobre o ineditismo da exposição, o diretor do INPA, Henrique dos Santos Pereira, salienta que a instalação emociona e engaja ao mesmo tempo. “É uma combinação do talento de fotógrafos, diretores e cineastas do Amazonas, com uma equipe internacional, num projeto que une Brasil e Suíça em uma competição única, capaz de identificar o maior número de espécies, com melhor precisão e usando tecnologias inovadoras. O que motivou os artistas foram os registros de evento climáticos extremos que assolaram nossa região em 2023. Vivemos vazante extrema e os incêndios florestais, fenômenos incomuns na região da Amazônica super úmida. Isso anuncia claramente que a mudança climática chegou. E esse espaço aqui no Inpa, apresentando esse momento, é dedicado ao público. Queremos alcançar um público mais amplo, que vai se sensibilizar e poder durante um mês usufruir desta exposição”, destacou o diretor do INPA.

Saiba mais sobre o ETH BiodivX

Com premiação de US$ 10 milhões, o XPRIZE Rainforest é uma competição global que se estende por cinco anos e reúne inovadores e especialistas de diversas disciplinas – de conservacionistas e cientistas indígenas a engenheiros e roboticistas – e os desafia a usar novas tecnologias para agilizar o monitoramento da biodiversidade tropical.

As florestas tropicais são os ecossistemas mais biodiversos da Terra. Ao implementar tecnologia rápida e autônoma, os pesquisadores coletam dados sobre a biodiversidade que podem orientar ações e políticas de conservação, apoiar bioeconomias sustentáveis e capacitar povos indígenas e comunidades locais, que são os principais protetores e detentores de conhecimento das florestas tropicais do planeta.

Na competição, as equipes concorrentes são convocadas ao desafio de reunir dados de biodiversidade num período de 24 horas, pesquisando 100 hectares de floresta tropical e analisando as informações recolhidas em 48 horas, identificando e catalogando espécies. A etapa do Amazonas reuniu seis equipes, do Brasil, Suíça, Estados Unidos e Espanha.

A equipe ETH BiodivX aborda uma lacuna crítica no conhecimento da biodiversidade. Embora muitos aplicativos permitam que os usuários fotografem espécies, sua eficácia é limitada por bancos de dados desatualizados. O ETH BiodivX visa aprimorar esses bancos de dados e integrá-los em aplicativos mais robustos.

Com o uso de drones, o ETH BiodivX vai além do sensoriamento remoto tradicional ao coletar amostras físicas para análise de DNA ambiental (eDNA) de vários níveis de floresta e fontes de água. Os pesquisadores desenvolveram um laboratório portátil, o eDNA Backpack Lab, para o processamento rápido de amostras – um requisito essencial para a competição XPRIZE Rainforest, em que velocidade e eficiência são essenciais.

Compacto e versátil, com formato de mochila, o laboratório é uma solução de ponta para análise rápida e portátil de DNA ambiental (eDNA). A tecnologia permitirá que cientistas, pesquisadores, entusiastas ambientais, bem como comunidades locais, desbloqueiem uma riqueza de informações sobre ecossistemas e presença de espécies com facilidade sem precedentes.

O grupo ETH BiodivX também introduziu uma ferramenta inovadora, “Taina”, um chatbot participativo projetado para capacitar a ciência cidadã global ao lidar com dezenas de milhares de participantes. “Taina” tem capacidade para processar milhares de observações naturais simultaneamente, incluindo imagens, sons e vídeos. A ferramenta foi desenvolvida ao longo de três meses com feedback contínuo e codesign de comunidades locais e indígenas ao redor do mundo, garantindo que o chatbot fosse adaptado para atender aos diversos requisitos do usuário.

Parcerias

A Swissnex é a rede global da Confederação Suíça que conecta parceiros, projetos e iniciativas em educação, pesquisa e inovação. A Swissnex no Brasil amplia o alcance e fortalece o engajamento de parceiros no intercâmbio internacional de conhecimentos, ideias e talentos. Dessa forma, contribui para destacar a Suíça como centro de inovação global.

A equipe ETH BiodivX, liderada pela ETH Zurich, inclui 50 pesquisadores de diversas disciplinas em todo o mundo. O seu trabalho envolve o desenvolvimento de drones para recolher dados florestais e a parceria com comunidades locais e especialistas globais para visualizar e interpretar os dados.

A suíça brasileira Sonia Guggisberg vive e trabalha em São Paulo. Possui doutorado em Comunicação e Semiótica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), pós-doutorado pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) e mestrado em Artes pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Guggisberg atua como artista, videomaker e pesquisadora, participando de exposições individuais e coletivas, palestras e workshops no Brasil e no exterior desde a década de 1990.

Andrea Desiderato, professor assistente do Departamento de Zoologia e Hidrobiologia de Invertebrados da Universidade de Lodz, na Polônia, possui graduação em Ciências Naturais (Universidade de Bari, Itália, 2013), mestrado em Biologia Marinha (Universidade de Bolonha, Itália, 2015) e doutorado em Zoologia (Universidade Federal do Paraná, Brasil, 2020). Trabalhou com diversas instituições em Portugal, Brasil, França, Suíça, Reino Unido e Alemanha.

David Dao, cofundador do GainForest e colíder do grupo ETH BiodivX, afirma que a iniciativa está focada em desenvolver tecnologias tão inclusivas quanto possível para os indígenas e as comunidades. “Eles são a razão pela qual fazemos o que estamos fazendo. Queremos empoderar o trabalho das comunidades e criar oportunidades digitais para que possam se comprometer com uma economia positiva para a natureza”.

“As comunidades locais com as quais trabalhamos e das quais somos parceiros são parte oficial do nosso consórcio ETH BiodivX e têm uma palavra a dizer sobre a governança do nosso grupo e qualquer prêmio potencial. Mais adiante, queremos continuar a investir nessa comunidade e ampliar nossos esforços comunitários, porque eles são muito importantes para nossa equipe. Esperamos poder gerar muitas oportunidades e firmar uma parceria duradoura”, finaliza Dao.

SERVIÇO

Instalação “Amazônia Mapeada: Imagens e Sons do DNA Ambiental”, desenvolvida numa parceria entre o Brasil e a Suíça.

Local: Paiol da Cultura, no INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia), Manaus (AM).

Data: aberta ao público gratuitamente a partir de 16 de julho.

Com informações da assessoria

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