Justiça condena líder do Comando Vermelho no AM por assassinato
Caso ganhou repercussão em razão de a morte ter sido por engano, segundo investigação da Polícia Civil. Alvo real seria a irmã da vítima
Na noite desta quarta-feira (09/04), Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas”, foi condenado a 36 anos, seis meses e sete dias de reclusão, pelo homicídio de uma mulher, por engano, em julho de 2017. De acordo com investigação da Polícia Civil, o alvo real seria a irmã da vítima.
A decisão, com base em denúncia do Ministério Público do Amazonas (MPAM), considerou a prática dos crimes de homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima — a mulher foi alvejada com três tiros, em frente à casa de sua mãe.
Na sentença, assinada pelo juiz Diego Daniel dal Bosco, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, é determinada a execução provisória da pena em regime fechado, negando ao réu o direito de recorrer em liberdade.
O caso
De acordo com o MPAM, o crime foi cometido na noite de 8 de julho de 2017, em uma rua do conjunto Amazonino Mendes, bairro Novo Aleixo, zona norte de Manaus. Atingida na frente da casa da mãe, a vítima não resistiu aos ferimentos ocasionados pelos disparos e morreu em um hospital da capital.
Na mesma ação penal, outros três homens foram denunciados, mas morreram durante o decorrer do processo, resultando na extinção da punibilidade.
Tio Patinhas
Apontado como líder do Comando Vermelho no Amazonas, Clemilson dos Santos Farias, o ‘Tio Patinhas’, é suspeito de ter financiado uma fuga em massa de um presídio em Manaus e foi preso pela última vez em dezembro de 2022 quando estava em um culto evangélico. Na ocasião, a polícia apreendeu 235 quilos de maconha no fundo falso de uma van, munições e um RG falso.
A prisão em dezembro de 2022 não foi a primeira de Tio Patinhas. Em junho de 2018, após um mandado de prisão ser expedido contra ele, policiais o localizaram em Jaboatão dos Guararapes (PE), vivendo em apartamento cujo valor à época era de R$ 500 mil.
A esposa dele, Luciane Barbosa Farias, participou de duas reuniões no Ministério da Justiça e Segurança Pública em 2024, segundo revelado pelo Estadão. Ela já foi condenada por crimes como lavagem de dinheiro, associação para o tráfico e organização criminosa.