No mês do Carnaval, Teatro Amazonas abre as cortinas para a passagem da malandragem
A Ópera do Malandro, um clássico musical do teatro brasileiro, escrito por Chico Buarque de Holanda na década de 70, no apogeu da ditadura militar no Brasil, chega ao Teatro Amazonas, em montagem 100% cabocla, em pleno mês do Carnaval – dias 17 e 18 de fevereiro –, sob os olhares e comando da Casa de Artes Trilhares. A história atravessou séculos, continentes, mudou estruturas e formas de ser contada ao público, mas mantém o foco principal: a crítica social a uma sociedade corrompida.
Escrita originalmente no século XVIII (1728) pelo inglês John Gay, com o título Ópera dos Mendigos, a obra foi uma sátira à “Nova Era”, onde riqueza e ruína caminhavam a par. Bertolt Brecht e Kurt Weill criaram uma nova versão, com a Ópera dos Três Vinténs (1928), levando aos palcos uma peça precursora em inovação estética e introduzindo a música como elemento central do universo burguês.
Chico Buarque se inspirou na obra de Brecht, mas seus personagens se identificam com as de Gay, onde o crime (submundo) e a lei (a elite social) convivem em um universo paralelo de cumplicidade.
“Seguimos o roteiro escrito por Chico Buarque, que nos traz a realidade dos malandros cariocas dos anos 40. Em meio ao romance de Max, o grande contrabandista carioca, e Teresinha, filha do maior cafetão da Lapa, histórias se cruzam sob uma perspectiva atemporal, retratando prostituição, contrabando, agiotagem, roubo, interesses políticos, econômicos e sociais, questões que ainda vemos e vivemos”, explica a diretora da peça, Dávilla Holanda.
A montagem amazonense, a segunda feita pela Trilhares, da Ópera do Malandro, envolve mais de 40 pessoas no palco e fora dele. A diretora conta que o espetáculo traz uma visão escrachada dos dias atuais, a exemplo de Brecht, por meio do exagero. “A ideia é que fique socialmente escancarada, através da atuação e dos elementos que a irão compor. Onde o belo nem sempre é tão belo assim”, destaca.
Mais de 50 anos após ser encenada pela primeira vez, a Ópera do Malandro continua despertando interesse e curiosidade. A ativação nas redes sociais promovida pela Trilhares rendeu mais de 30 mil visualizações em dois dias de publicação. “Isso demonstra que o público está interessado”, diz a diretora da companhia, Rafaela Guimarães.
Trilhares – A Casa de Artes Trilhares atua na cidade há quase 9 anos e tem como principal característica as atividades formativas e grandes espetáculos que propõe experiência entre elenco e plateia, como meio de fortalecer e incentivar a que cada vez mais pessoas frequentem o teatro.
Embora tenha em seu portfólio grandes musicais, a Casa de Artes Trilhares mantém inúmeros outras produções. “Existem produções que conversam com o grande público e grandes marcas e é através delas que a gente dialoga para que as outras também sejam contempladas e prestigiadas”, diz Rafaela Guimarães.
Para saber mais consulte as redes sociais do evento: @casatrilhares @operadomalandroam
SERVIÇO:
Título do evento: ÓPERA DO MALANDRO
Duração: 12O min
Classificação Etária: 16+
Local: Teatro Amazonas
Dias: 17 e 18 de fevereiro
FICHA TÉCNICA
MAX: Júnior Victorino
TERESINHA: Raquel Freitas
DURAN: Youri Comte
VITÓRIA: Melanie Weasley
LÚCIA: Evelyn Félix
CHAVES: Jorge Sabóia
GENI: Arty
FICHINHA: Maria Antônia
DÓRIS PELANCA: Bruna Holanda
DORINHA TUBÃO: Bruna Swann
SHIRLEY PAQUETE: Cadu Vieira
MIMI BEBELÔ: Karine Melo
BARRABÁS: LuizO
GENERAL ELETRIC: Jhonathan Braga
JOHNNY WALKER: Ivy Santos
PHILLIP MORRIS: Marcelo Oliveira
BIG BEN: Font
Direção Geral: Dávilla Holanda
Assis. de direção: Pricilla Conserva
Direção coreográfica: Hanna Vilaça
Direção musical: Bruno Nascimento
Assis. de direção musical/arranjador: Elton Nogueira
Regência: Marcelo de Jesus
Preparação de elenco: Ananda Guimarães
Preparação vocal : Roque Baroque
Cenógrafo: Juca Di Souza
Cenotécnico: Miqueias Barbosa
Direção de Palco: Inã Figueiredo
Direção de Arte: Matheus Sabbá
Direção de Produção: Rafaela Guimarães
Com informações da assessoria