O mundo do trabalho e o impacto da IA
Ser docente: uma escolha consciente
Josué Viana, reitor em unidade de ensino da Estácio
Quando uma inovação é incorporada ao mundo do trabalho, três movimentos devem ser observados: o ganho de produtividade, o grau da inovação e sua curva de maturidade. A produtividade é a relação entre a quantidade de produtos gerados e a quantidade de recursos consumidos. Já o grau da inovação determina a intensidade da mudança do processo ou negócio: incremental ou disruptivo. O incremental não altera a sua estrutura, apenas melhora. Agora, o disruptivo promove uma mudança estrutural que multiplica sua produção. Por fim, a curva de maturidade da inovação determina quanto o total do potencial de ganho de produtividade já foi alcançado e quanto ainda ela pode alcançar.
Um bom exemplo para ilustrar esses conceitos é o impacto de uma inovação nos processos e negócios de atendimento ao cliente. Um atendente é capaz de interagir com uma quantidade limitada de clientes. Ao equipá-lo com um fone de ouvido e um discador automático, temos um aumento na capacidade de atendimento. O processo segue o mesmo. Logo, essas novas tecnologias geraram um ganho de produtividade adicional e que, para alcançar a curva de maturidade plena, é necessário que o atendente desenvolva o pleno domínio do uso dos novos recursos.
Nesse caso a Inteligência Artificial pode ser aplicada para emular a voz humana e gerar respostas consistentes para questionamentos a partir de uma base de conhecimento. Assim substituímos o atendente com suas limitações por um agente virtual sem essas restrições humanas. Dessa forma, temos uma inovação disruptiva porque muda estruturalmente o processo, o que é capaz de alcançar a curva de maturidade plena mais rápido com a aprendizagem de máquina.
Em ambos os casos, o impacto da IA, ou de qualquer inovação, será na cadeia de postos de trabalho em duas dimensões: na quantidade e na qualificação dos profissionais. O que as diferenciam serão sobre a intensidade e a adaptação.
Há uma redução dos antigos postos e a busca por outros tipos de profissionais. Esta redução de postos descortina as fragilidades da nossa educação na medida em as pessoas que não foram preparadas para reaprender tornam-se um custo social. As consequências da não adaptação às mudanças do mundo do trabalho são arcadas por todos. Portanto, reduzir esse custo social, passa necessariamente por uma educação profissional inovadora, já!
Com informações da assessoria