Seas promove programação especial em alusão ao Dia do Migrante e do Refugiado
O Serviço de Acolhimento Institucional de Adultos e Famílias (Saiaf) do Coroado, mantido pelo Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Assistência Social (Seas), está realizando, durante esta semana, programação especial aos refugiados venezuelanos, em referência ao Dia do Migrante e o Dia do Refugiado, celebrados mundialmente nos dias 19 e 20 de junho, respectivamente.
Atualmente, 74 pessoas, entre crianças, adultos e idosos oriundos da Venezuela, estão recebendo acolhimento, assistência humanizada e atendimento psicossocial pelo Saiaf.
A ‘Semana dos Imigrantes e Refugiados’ iniciou nesta segunda-feira (19/06) com uma palestra sobre “Direitos e a Rede de Apoio aos Migrantes e Refugiados”, ministrada pela assistente social Meire Ramos, pertencente ao quadro do Saiaf. Os acolhidos foram informados sobre os direitos oferecidos pelo poder público estadual, federal e municipal, onde encontrar esses serviços e como ter acesso.
A Seas explica que migrante é todo aquele que se encontra numa situação de migração, por vários motivos, entre os quais econômicos e educacional. Por sua vez, o refugiado foi forçado a deixar seus país, decorrente da violação de direitos, como a falta de alimentação, de trabalho, de saúde, de liberdade de expressão.
“Normalmente eles chegam sem nenhuma informação e sem esperança. A gente tem esse papel de acolher e pontuar quais os direitos que eles têm a partir do momento que cruzam a fronteira do Brasil; onde estão essas redes de apoio, para que possam procurar e usufruir. Toda semana temos essa rotina, porque diariamente chegam pessoas no abrigo”, disse Meire Ramos.
Buscar oportunidades
O venezuelano Samuel Campos, 46 anos, está no Saiaf Coroado com a esposa, quatro filhos menores e uma cunhada. Há três meses entrou no país pela fronteira norte do Brasil, no Estado de Roraima, pelo município de Pacaraima. “De lá vim para Manaus, onde fui bem acolhido, juntamente com minha família, sendo encaminhado para o abrigo do Coroado”, disse.
Samuel Campos tem conseguido alguns ‘bicos’ em Manaus trabalhando como pintor e carpinteiro. Na Venezuela trabalhava como químico industrial. A intenção do venezuelano é ir, juntamente com a família, para o Mato Grosso do Sul- Campo Grande.
Mais pessoas oriundas da Venezuela chegam ao País com necessidades urgentes de assistência humanitária, sem acesso a comida, saúde e outros serviços básicos e expostos a diversos tipos de violência. É o caso de Decirene Sucre, 43 anos, com dois filhos, que atravessou a fronteira em direção ao Brasil, por conta das dificuldades financeiras enfrentadas em seu país. “Estou sendo bem acolhida no Saiaf, aproveitando os cursos e tudo que está sendo oferecido para melhorar de vida”, enfatizou.
O diretor do Saiaf, Ednaldo Barbosa, destacou a importância dessa programação, lembrando os momentos difíceis enfrentados por essas famílias, que deixaram seu país de origem e até parentes, em busca de dignidade e subsistência. “A gente regata esse momento, procurando fazer memória dos direitos que eles têm no Brasil e que precisam ter acesso por meio das políticas públicas oferecidas”, disse.
Conforme Ednaldo Gomes, no Saiaf é feito um trabalho para garantir todos os direitos deles, cuja equipe trabalha para que possam caminhar com as próprias pernas, ao sair do local. Além da alimentação e ter onde dormir, têm direito à educação e a documentos.
Além das palestras, no decorrer da semana serão realizadas, rodas de conversa, ações de saúde, com consultas médicas e vacinação. Para isso, o Saiaf conta com a parceria da UBS Ivone Lima, no bairro Coroado, que oferece médicos, enfermeiros e técnicos para o atendimento dos venezuelanos, que vai ocorrer na quarta-feira (21/06). Na quinta (22/06) haverá vacinação no local. Na sexta-feira (23/06), a programação encerra com uma festa junina, com dança de quadrilha, pescaria e comidas típicas, das 14h às 17h.
Abrigo Saiaf Coroado
Com capacidade para acolher 200 pessoas, o equipamento público oferece alojamento, com direito a café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar, além de atendimento psicossocial, atendimento humanizado e apoio pedagógico. O Saiaf conta com diversos serviços de apoio, entre os quais da Agência da ONU para Refugiados (Acnur), Cruz Vermelha e Fundo das Nações Unidas para a Infância Unicef.
FOTOS: Jimmy Christian/Seas