SES-AM define municípios que receberão reforço no atendimento de doenças da pele
A Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), por meio da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), vai intensificar o atendimento às Doenças Tropicais Negligenciadas (DTN) na capital e nos municípios do interior. Para isso, um decreto governamental criou o grupo tarefa “Dermato Saúde Amazonas” (DSAM) que tem como meta visitar, até o fim deste ano, 12 municípios.
Em reuniões realizadas durante todo o mês de maio, foram definidos os primeiros municípios a serem visitados pelas equipes da Fuham. No dia 12 de junho, a primeira equipe chega a Presidente Figueiredo. No dia 19, é a vez de Manacapuru receber o DSAM.
O Secretário de Estado de Saúde, Dr. Anoar Samad, disse que ações como estas fazem parte da estratégia do Governo do Estado de regionalizar o atendimento de média e alta complexidade.
“Temos várias doenças que serão diagnosticadas e tratadas por esse grupo de tarefa como por exemplo, novos casos de hanseníase, além de outras doenças dermatológicas. É uma estratégia muito boa desenvolvida pelos especialistas da Fundação Alfredo da Mata e com isso quem ganha como sempre é a nossa população”, disse o secretário.
As atividades do Dermato Saúde AM nos municípios incluem: detectar precocemente casos novos de hanseníase; diagnosticar e tratar outras doenças negligenciadas relacionadas à pele nos municípios do Amazonas.
Também estão previstas ações de investigação e vigilância de contatos de casos índices de hanseníase; busca ativa de casos novos de hanseníase; fortalecimento do sistema de vigilância epidemiológica e informação à saúde; consultas dermatológicas e cirurgias de câncer de pele quando necessárias e cirurgias preventivas e corretivas em pacientes de hanseníase.
Reunião
A Fuham realizou uma videoconferência com representantes de mais nove municípios do interior do Amazonas que ainda não tinham acertado detalhes das ações.
Secretários de saúde, coordenadores dos programas municipais de hanseníase e coordenadores de vigilância em saúde dos municípios de Coari, Maués, Parintins, Apuí, Manicoré, Carauari, Humaitá, Tefé e Boca do Acre conheceram as propostas e as ações do Dermato Saúde Amazonas.
Segundo Valderiza Pedrosa, chefe do Departamento de Controle de Doenças e Epidemiologia da Fuham, a recepção por parte dos representantes municipais foi bastante positiva. “Conversamos com os municípios, foi explicado como vai ser essa ação, colocamos as datas, todo tipo de logística e de colaboração que vamos precisar de cada”, explica Valderiza que é também a coordenadora do Programa Estadual de Hanseníase do Amazonas.
O próximo passo será o planejamento específico com cada município e com a adesão de todos os que foram inicialmente contatados, a agenda para 2023 segue com boas perspectivas.
“Foi uma reunião muito positiva, os municípios se manifestaram favoráveis à ação e que estão com muita expectativa de que a gente possa levar informação, conhecimento para melhoria e ampliação das ações do município, com relação às doenças dermatológicas negligenciadas; nossa expectativa é boa, a gente espera fazer um bom trabalho que gere muitos frutos positivos”, conclui o diretor presidente da Fuham, Carlos Chirano.
Doenças Tropicais Negligenciadas (DTNs)
As doenças tropicais negligenciadas (DTN) são um grupo de doenças infecciosas prevalentes em áreas tropicais e subtropicais, afetando principalmente as populações mais pobres e marginalizadas do mundo.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define 20 doenças como DTN, entre as quais doença de chagas, leishmaniose, esquistossomose, filariose linfática, oncocercose, hanseníase, doença do sono (tripanossomíase humana africana) e outras. Essas doenças são causadas por parasitas, bactérias ou vírus e são transmitidas por vetores, como mosquitos, moscas ou caramujos, ou por contato direto com animais infectados.
As doenças de pele são a terceira causa mais prevalente de doença e uma das 10 principais causas de incapacidade. Eles também estão entre as 10 causas mais comuns de consultas ambulatoriais. Das 20 DTNs, mais da metade apresenta manifestações cutâneas e estão frequentemente associadas a incapacidade de longo prazo, estigmatização e problemas de saúde mental.
Fotos: Simone Carol